Auto-retrato (Monocromia)






Cobalt Green Hue (Interactive), Transparent Mixing White (Liquitex), Titanium White (A>2) Cadmium Yelow Medium Hue (W&N – Finity), Yelow Light Hanse (Liquitex), Chromium Oxide Green (Liquitex), Cobalt Green (Liquitex),Gloss Medium & Varnish (Liquitex), estampa bordada e Super Cola 3 sobre tela de algodão, e sapatilhas Reebok Classic (branco e azul); tela: 180 x 130 cm, sapatilhas: nº 46

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A abstracção inicia-se na história da pintura pretendendo a simplificação das formas representadas mas, posteriormente, conquista contornos de autonomia que libertam a pintura do peso da representação e da funcionalidade figurativa.
Se tentar enquadrar a minha relação com a pintura dentro de algum modelo de abstracção, não são de modo algum as ideias de autonomia e perseguição de pureza que prevalecem. Tomando um caminho inverso, o meu trabalho alimenta-se do conceito de contaminação, possuo um imaginário de signos provenientes da pintura que contagia tudo à minha volta. Sempre mediando a minha experiência do mundo está a minha constante obsessão pelas mais variadas formas, autores e argumentos da história da pintura abstracta. Por exemplo, para mim uma linha, antes de ser horizontal ou vertical, é Noland ou Buren.
É no contexto desta fixação que concebo o meu último Auto-retrato. Numa peça de inspiração “ofiliana”, o meu corpo toma forma de uma pintura. O meu pólo favorito é transformado numa tela monocromática verde, pousada sobre os Reebok Classic que usei durante alguns anos.